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A GUERRA DA UCRÂNIA x A GUERRA DO VIETNÃ: UMA ESTRATÉGIA DE PODER DOS EUA

  • Foto do escritor: rafaelpupomaia
    rafaelpupomaia
  • 2 de jul. de 2023
  • 10 min de leitura

A Guerra na Ucrânia está se mostrando um conflito duradouro, sangrento e custoso. No entanto, é possível analisar um padrão na operação militar e geopolítica dos EUA ao longo das últimas décadas. Após a Segunda Guerra Mundial, as guerras que os EUA participaram ativamente ou como uma das principais partes interessadas foram conflitos duradouros e desgastantes, onde Washington proveu equipamentos militares, dinheiro e, em casos específicos, tropas norte-americanas para o combate.

No caso da guerra do Vietnã (1954-1975), o mundo estava vivendo a Guerra Fria, onde as duas principais potências disputavam a hegemonia em um mundo bipolar. Nesta época, EUA e URSS se valiam de táticas de "regime change" para que os países pudessem adentrar em seu bloco de influência. Muitas vezes, facções políticas do mesmo país eram fomentadas e suportadas por Washington e Moscou ao mesmo tempo, o que significava uma escalada das tensões.

Assim ocorreu no Vietnã, onde o conflito se iniciou em 1954 como uma guerra anticolonial e revolucionária, posteriormente entrando na esfera da Guerra Fria. Mesmo com a divisão do país, com o Vietnã do Norte ficando sobre comando dos comunistas apoiados pela URSS e o Vietnã do Sul ficando sob tutela dos anticomunistas apoiados pelos EUA, em 1960 os comunistas iniciaram uma guerra civil no Sul, com Hanói visando unificar o país sob domínio comunista. O Presidente John F. Kennedy (1961-1963) entendia que era impotante não deixar o Vietnã cair totalmente sobre controle comunista, pois isso seria um pivô para que outros países da Ásia se tornassem adeptos ao regime comunista. Dessa forma, seu governo aumentou drasticamente o auxílio bélico e militar ao Vietnã do Sul, mas relutava em envolver as tropas americanas em combate, mesmo sofrendo fortes pressões internas para isso.

A Guerra por Procuração (Proxy War) estava no âmago do conflito no Vietnã, com os EUA e a URSS financiando e treinando suas partes para impor uma estrutura política e econômica voltada ao seus interesses nacionais. No entanto, para evitar um novo conflito mundial e nuclear, ambas potências não se enfrentavam diretamente, mas tentavam maximizar seu poder por meio de políticas de "regime change" e "Proxy Wars".

Após o assassinato de Kennedy em 1963, Lyndon Johnson (1963-1969) tomou posse do cargo de presidente dos EUA, sendo um dos principais responsáveis pela escalada do conflito no Vietnã. Em 1964, após o incidente envolvendo os contratorpedeiros norte-americanos no Golfo de Tonkin, a presença dos EUA no Vietnã do Sul aumentou drasticamente, com as primeiras tropas para combate sendo enviadas em 1965, escalando o conflito para outro patamar.

A guerra do Vietnã se tornou duradoura, cara, televisionada e apresentou um alto custo humano para os jovens norte-americanos (entre mortos e feridos). Esses aspectos fizeram com que uma parcela significativa da população dos EUA se voltasse contra a guerra. Isto é, o custo político da guerra foi muito alto para o establishment norte-americano. Portanto, mesmo os EUA tendo a oportunidade de continuar financiando e lutando a guerra no Vietnã, o custo político e a pressão da população foi tanta que inviabilizou a continuação do conflito. Dessa forma, é possível afirmar que a guerra foi perdida internamente, no próprio Estados Unidos.

Os EUA estimam que serviram na Guerra do Vietnã aproximadamente 2,7 milhões de militares, dos quais 58.220 foram baixas de combate. A retirada das tropas americanas da guerra se deu apenas em 1973. Em 2008, um relatório do Congresso dos EUA estimou que o gasto do país com a guerra foi de US$ 686 bilhões (mais de US$ 950 bilhões em valores atuais). Não à toa os EUA saíram do padrão dólar-ouro em 1971, encerrando de vez os Acordos de Bretton Woods de 1944.

O objetivo do artigo não é entrar profundamente nos detalhes e acontecimentos da Guerra do Vietnã, mas sim entender o aspecto macro do conflito e como ele pode ser um exemplo da política econômica e da geopolítica de dominância dos EUA. Com os pontos abordados no texto, conexões instantâneas serão feitas com a atual guerra na Ucrânia.

A guerra é um mecanismo extremamente lucrativo para os EUA, além de ser uma forma de afirmação de sua hegemonia no mundo, fazendo prevalecer sua ordem mundial baseada no dólar, no sistema financeiro americano e em seu complexo industrial-militar. No caso do Vietnã, lutando contra uma ordem mundial liderada pela URSS no contexto do mundo bipolar, mas também impulsionando a sua indústria nacional de defesa com grandiosos e lucrativos contratos.

A guerra na Ucrânia tem um modus operandi muito similar ao analisado no Vietnã. Os EUA e seus parceiros estão financiando ininterruptamente o esforço de guerra ucraniano, visando a afirmação hegemônica e contenção dos interesses russos na região. A guerra está sendo extremamente lucrativa para a indústria bélica norte-americana, que está faturando altos contratos com o Pentágono visando suprir a demanda ucraniana, além de ser uma forma de tentar impulsionar a economia do país.

No entanto, a Rússia emprega uma guerra de desagaste no cenário ucraiano, o que pressupõe uma linha de suprimentos militares contínua para Kiev. Esta política está sendo extremamente custosa para Washington, fazendo os contratos do segmento aumentarem abruptamente e, em alguns casos, retirando armamentos de seu próprio estoque para enviá-los para a Ucrânia.

Dificilmente os EUA colocariam tropas no terreno ucraniano, se envolvendo diretamente no combate ao lado das forças ucranianas, isso porque seria uma escalada sem precedentes no conflito, podendo desencadear uma terceira guerra mundial e nuclear. Mesmo assim, já se sabe que muitas empresas de mercenários ocidentais atuam na guerra ao lado de Kiev, sem contar os operadores da CIA que atuam no terreno como mercenários, mas voltados para desempenhar missões específicas da Agência. Vale ressaltar que o trabalho de inteligência também ocorre do lado russo, com FSB colocando operadores no terreno, mas com objetivos distintos dos militares.

À medida que a guerra na Ucrânia se prolonga e o custo da ajuda intermitente dos EUA ao país cresce drasticamente, o ônus político para administração Biden está aumentando, principalmente somado as consequências das sanções à Rússia e do aumento desenfreado dos gastos com Kiev. Como outrora ocorrera no Vietnã, as ações mal calculadas dos EUA podem fazer com que haja uma mentalidade negativa dos norte-americanos em relação a guerra na Ucrânia, como aconteceu nos últimos anos da Guerra do Afeganistão (2001-2021). Isso seria muito amplificado caso Washington decidisse colocar tropas em combate na Ucrânia.

O presidente Vladimir Putin sabe do custo político de uma guerra mal planejada. Sendo assim, ele está evitando a qualquer custo uma saturação da opinião pública com o conflito, com a utilização de prisioneiros e de grupos mercenários como força principal de ataque, mesmo sabendo que isso possa trazer consequências devastadoras no campo de batalha. Tal tema foi abordado no artigo: Wagner Group e sua Controvérsia Atuação na Ucrânia.

Mesmo com essa drenagem de recursos preciosos dos EUA e seus parceiros, somado ao perigo do ônus político ser um catalisador para a não reeleição de Joe Biden ou um candidato do partido democrata, Washington continua com sua política de apoio irrestrito a Kiev. No entanto, é notório que o cenário ucraniano não é o mesmo do Vietnã, com suas consequências podendo ser muito negativas para os EUA no médio e longo prazo.

No cenário da Guerra do Vietnã, por mais que existisse um conflito bipolar entre URSS e EUA, e que ambos os países possuíssem um extraordinário complexo militar-industrial, Washington dominava incontestavelmente o sistema monetário e financeiro mundial, o que se configurava numa grande vantagem frente a Moscou. Atualmente, os EUA ainda são donos de um colossal complexo militar-industrial e o dólar se mantém como moeda do sistema internacional. Nesse sentido, para que as engrenagens que suportam a hegemonia norte-americana continuem funcionando, toda essa indústria bélica (que não necessariamente abarca apenas empresas que desenvolvem armamentos) tem que estar aquecida, concomitante com a predominância do dólar como moeda regente do sistema financeiro e monetário mundial. Não à toa, os EUA sempre estão em guerra com países que são uma ameaça ao domínio do dólar ou países em que existam interesses financeiros e/ou geopolíticos.

Atualmente, o cenário é diferente. O dólar não é mais a moeda forte e incontestável que era no passado, com diversos mecanismos surgindo para minar tal preponderância da moeda norte-americana, vide que as sanções sobre a Rússia não foram tão efetivas como o Ocidente esperava. Além disso, a liderança do establishment político dos EUA vem sendo cada vez mais contestada internacionalmente, não exprimindo a confiança necessária para a liderança de uma Ordem Mundial. Somado a isso, há uma divisão latente na população dos EUA e o enfraquecimento das intituições políticas perante o povo norte-americano, o que aumenta a descredibilidade no formato da liderança posto no país.

O governo de Joe Biden (2021-atualmente) evidenciou a reafirmação do padrão nas operações militares e geopolíticas para manter a engrenagem de poder dos EUA funcionando. Após a desastrosa retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão pela administração Biden em agosto de 2021, o Departamento de Defesa dos EUA começa a enviar contingentes militares à Europa. O objetivo dos EUA em aumentar sua presença militar na Europa para 100 mil soldados, algo que não ocorria desde 2005, mostra uma mudança de estratégia de Washington.

No entanto, os erros estratégicos da atual administração norte-americana foram diversos, muitos deles ocorreram pela liderança do país ser baseada numa gerontocracia, não levando em conta as novas variáveis que surgiram em um mundo cada vez mais multipolar. A utilização de uma plano para conter ou derrotar a Rússia voltada no arcabouço das estratégias antigas não pressupõe diversas variáveis atuais. Percebe-se que muito do que foi utilizado no Vietnã está sendo replicado na Ucrânia, como: treinamentos de tropas, consultores militares no terreno, auxílio bélico em quase todos os níveis, compartilhamento de informações, sanções, dentre outros. Isso sem levar em conta a estratégia de Regime Change na Ucrânia em 2014 e a Proxy War realizada atualmente.

A segunda administração Vladimir Putin (2012-atualmente) está conseguindo explorar esses erros estratégicos no modus operandi dos EUA, forçando uma guerra de desgaste na Ucrânia, obrigando o auxílio contínuo dos EUA e seus parceiros europeus, drenando diversos recursos e equipamentos militares que não serão repostos com tanta facilidade e rapidez. Isto ocorre em um momento delicado da economia mundial, com desaceleração econômica, inflação e aumento constante da taxa de juros sendo registrados nos EUA e na Europa. Concomitante, há uma grande polarização política no país, com a população norte-americana dividida em relação aos candidatos e suas pautas, inclusive em relação a própria Guerra na Ucrânia.

Segundo dados levantados pela pesquisa de questões críticas da Universidade de Maryland em conjunto com a Ipsos, entre março e abril de 2023, houve uma mudança na mentalidade dos americanos em relação a guerra. De acordo com a pesquisa, 46% dos americanos acreditam que o apoio de Washington a Kiev deve ser de no máximo um a dois anos, contra 38% que acreditam que o apoio deve durar pelo tempo que for necessário. A divisão também está ocorrendo em relação a quantidade de gasto. Segundo a mesma pesquisa, 33% do público acredita que o gasto está sendo demasiado com o apoio à Ucrânia, em relação a 30% que acredita que o gasto está no nível correto.

É possível concluir com a pesquisa que no início da guerra da Ucrânia o apoio a Kiev era robusto na opinião pública norte-americana. No entanto, ela vem caindo gradativamente pelo cenário de desgaste que a guerra está apresentando, além das consequências econômicas advindas do conflito.

Portanto, mesmo utilizando estratégias bem parecidas, há uma diferença grande em relação a guerra da Ucrânia e a do Vietnã. Por mais que a Guerra do Vietnã foi uma guerra de desgaste - inclusive contando com tropas norte-americanas em combate -, o cenário econômico e político era diferente. O dólar era a moeda forte e incontestável do Sistema Internacional e o cenário da Guerra Fria permitia uma certa estabilidade política doméstica em relação a geopolítica, além de alavancar o complexo industrial-militar a um nível jamais antes visto, permitindo que os suprimentos militares chegassem ao Vietnã não desgastando as principais armas e estoques das Forças Armadas norte-americanas.

Atualmente o cenário é diferente, os EUA estão desacreditados no cenário internacional e sua moeda está sendo abertamente contestada, com diversos países começando a fazer transações em outras moedas. Não obstante, seu complexo militar-industrial não tem a capacidade que tinha na época da Guerra Fria para suprir a incomensurável demanda da Ucrânia, dos parceiros europeus que estão auxiliando Kiev e repor o que já foi enviado. Somado a isso, há a grande polarização e divisão na sociedade norte-americana e com tendências de escalonamento.

A Rússia entendeu o modus operandi dos EUA e está realizando uma estratégia macro para poder minar tal influência, drenando seus preciosos recursos militares e auxiliando os debates polarizados sobre os impactos econômicos de tais auxílios e sanções. Os EUA estão mantendo a política descrita acima, anunciando em fevereiro de 2023 que mais de US$ 42 bilhões foram comprometidos em auxílio à segurança de Kiev. Segundo o Kiel Institute for the World Economy, a administração Biden e o Congresso dos EUA direcionaram mais de US$ 75 bilhões à Ucrânia. Essa drenagem de recursos está em consonância com o que aconteceu no Vietnã, no entanto a moeda e o cenário econômico diferem, o que pode se mostrar um grande problema a médio e longo prazo para os EUA.

Portanto, a decadência da força da moeda dos EUA e a drenagem de recursos econômicos e militares para a Ucrânia, pressionará Washington e seus aliados a auxiliarem mais a causa ucraniana, mesmo apresentando as dificuldades de repor o estoque militar e o déficit econômico causado, ocasionando um grande rombo no Ocidente no quesito militar e econômico. Somado ao cenário, há a saturação política vivida no Ocidente, com a falta de confiança nas instituições políticas e a grande polarização que os principais países ocidentais experimentam, o que auxilia em uma possível reverberação interna da pauta.

O grande objetivo da Rússia não está na Ucrânia, mas sim na Ordem Mundial liderada pelos EUA. Portanto, o objetivo de Moscou é desestabilizar a base de dominação geopolítica de Washington. Nessa estratégia está inserida a China que, como a Rússia, tem o objetivo de tirar a hegemonia e dominância dos EUA no Sistema Internacional. Dessa forma, Pequim e Moscou trabalham juntos para desbancar Washington. No entanto, uma vez concluído tal objetivo, nem Moscou e nem Pequim se subjugariam um ao outro, ocasionando um embate entre China e Rússia pela posição hegemônica no futuro.



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